Brincar de boneca com a Isadora é uma delícia. Ela fica lá tirando e colocando roupinhas nas bonecas-filhas (as melhores roupinhas são as que ela usou quando bebê ou algumas doadas pelo Renato) e imaginando em voz alta qual o evento importante que a filha vai. Sai cada estorinha engraçada que é uma pena não recordar todas elas.
Basta eu ficar sentada de pernas esticadas e vestindo bonecas. A brincadeira é essa - Isadora escolhe e define tudo: qual é a filha de quem e qual o nome, as roupas que podem usar, quem mora onde, para onde vamos e fazer o quê, etc. Sempre que eu quero usar alguma coisa tenho que perguntar se pode, caso contrário ela dá logo bronca: "Mãe, isso não pode. É da minha filha (ou não faz parte da brincadeira)."
Às vezes, ela esquece que está brincando com alguém e fica lá falando sozinha e andando pela sala inteira com a filha nos braços. Daria para cochilar, se ela deixasse. Se eu pesco um pouquinho, ela dá outra bronca: "Mãe, não pode dormir. Brinca, mãe."
E por falar em sala, transformei a minha em um playground. Minha sala era quase de revista: móveis charmosos, tapete lindo, cortinas claras, espelhão, abajur lindo. Está tudo descaracterizado agora. Encostei móveis e coloquei piscina de bolinhas, caixa de brinquedos, almofadas pelo chão, mesa de pintar, poltrona para bonecas. Uma zona. Isadora e Renato passam horas brincando por lá.
Renato também brinca com as bonecas. Ele tenta tirar os olhos delas, enfia os dedinhos no nariz e ouvidos das bonecas, arranca as roupinhas, morde a cabeça. Ele arranca os cabelos das pobres barbies e joga pelo tapete. Coitadas. Uma delicadeza.
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