sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A peneira favorita

Sabe aquele objeto que a gente vê algumas crianças carregando para todos os lugares? Pode ser um ursinho de pelúcia, um boneco, uma fralda, um paninho ou um pequeno cobertor (quem se lembra do Linus, amigo do Charlie Brown?). É o que se chama de objeto de transição e representa um conforto para a criança, que se apega principalmente durante momentos de angústia, medo ou tristeza, como na ausência dos pais (adaptado a partir do site da Revista Crescer).
A aulinha acima sobre objetos de transição na infância é para tentar explicar o estranho título deste post. É que o Renato já escolheu seu objeto de transição. Sim, minha gente. É uma peneira de plástico, daquelas pequeninas de cozinha. Ah, ele também escolheu uma peneira pra Isadora!
Normalmente, quando a criança sente falta do seu brinquedo/cobertor favorito, ela procura no quarto. Com o Renato é bem diferente. Ele vai até a cozinha, abre a gaveta dos cacarecos, pega sua peneira favorita e fala "Tato" (com essa única palavra ele quer dizer: Peguei minha peneira!). Em seguida, pega outra peneira e pra indicar que é da Isadora ele fala "Dodó" e entrega pra ela.
Tomara que ele não perca esse inusitado brinquedo favorito. É que entre várias peneirinhas da gaveta, ele escolheu justamente um modelo que eu nunca vi nas lojas de 1,99.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Astronauta ou surfista: eis a questão.

Primeiro Isadora disse que queria ser astronauta. Perguntei porque e ela sapecou: "Quero pisar na lua! Deve ser divertido!".
Dias depois veio me dizer que queria ser surfista. Nem perguntei e já foi dizendo que era porque o papai surfa, e que iria surfar junto com ele. Depois se lembrou que queria ser astronauta também. E agora, mamãe? O que faço? Vou ser astrounauta ou surfista? Dei uma risadinha e respondi: Não precisa se preocupar, filha. Você pode ser as duas coisas.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Novas palavras do Renato

O que o Renato aprendeu a falar recentemente:
papá - pedindo pra comer
bou - acabou
dê-dê - cadê?
melão - a fruta
Pepê - chamando o primo Pedro
Juju - a prima Júlia
bobô - vovô
bobó- vovó
titi - não é titia nem titio é xixi
al - ceral

Imitações
au-au - nem precisa dizer
muuuu - vaquinha
mau - seria miau pra imitar um gatinho
cloc-cloc - fazendo barulhinho com a língua pra imitar o cavalo. Eu digo pocotó e ele fala cloc-cloc
béééé - ovelha, carneiro, bode e afins

Renato com 01 ano e 08 meses

Renato fez 01 ano e 08 meses de pura gostosura. Ele é um gostoso de abraçar, apertar, beijar. E ele adora tudo isso. Vira, mexe e remexe pela casa e quando se lembra de mim, dá meia-volta e vem me beijar e abraçar falando a palavra mais doce que eu conheço: mamãe! Quando quer alguma coisa ainda não evoluiu muito e ainda fala "mão, mão" e nos arrasta com ele. O que ele aprendeu mesmo esse mês foi identificar os pertences dos outros. Tipo, ele vê meu sapato, aponta e diz "ó, mamãe?". Eu digo: "isso mesmo, é da mamãe!". Ele sabe a quem pertence cada coisa na casa. As coisas dele, se limita a falar "Tato, tato!". Coisa fofa.
Ele já desmamou faz tempo mas ainda acorda de madrugada. Ele me chama, chorando baixinho. Eu me levanto pra pegá-lo nesse horror de frio que tem feito. Ai, que preguiça que dá de levantar. Se eu tivesse um sono mais pesado e uma consciência menos maternal, dormiria a noite inteira e nem ouviria o danado gritar. Certas madrugadas, eu não o ouço chorar, só escuto os sons dos passinhos dele vindo direto para o meu lado da cama. Ele chega falando mamãe, eu pego ele que dá logo um sorriso e passa a mão no meu rosto. E adormece em cima de mim feito um anjo. Adoro quando ele vem sozinho, se fazendo de independente. Talvez ele pense: "se quero a mamãe não vou ficar aqui chorando, vou lá deitar com ela, agora!".
Renato gosta de circular pela cozinha. Abre gavetas, armários, espalha tudo pelo chão. Fora o que ele pede pra comer. Ele adora cereal e arrumou um jeito de pedir: vai na gaveta, pega um potinho plástico se aproxima do armário e fica pedindo "au-au", apontando para o cereal. Muito engraçado.
Enfim, Renato nos surpreende a cada dia e a gente vai se virando para entender as formas de comunicação dele: gritos, gestos, grunhidos, choros e algumas palavras, claro!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Mas eu não ronco, não!

Contratei uma babá pra brincar com a Isadora e o Renato após o horário da escola. Muitos podem se questionar "poxa, mas eles acabaram de voltar da escola e já tem outra pessoa pra brincar que não seja o pai ou a mãe??". Pois é, eu também questionaria antes de ter dois filhos. Quando era apenas a Isadora a gente segurava o tranco. Agora com dois rebentos, aquele papo de "não-quero-babá-aqui-nem-a-pau" é coisa do passado. Temos uma empregada que dorme em casa (e que ajuda MUITO com as crianças) e se pudesse e tivesse um espacinho eu teria uma babá que dorme também. Como isso não é possível, de vez em quando vem uma babá ajudar com as crianças depois da escola. Ajuda pra caramba, sem falar que eu e o Marcelo podemos jantar sentados a refeição inteira (taí uma coisa que é bem rara!).
Todo esse blá-blá-blá foi pra explicar a presença da babá aqui em casa na última quarta-feira à noite e contar uma tirada super engraçada da Isadora. Eu estava apresentando as crianças pra babá, falando das particularidades delas, etc e tal e a Isadora estava por perto. No quesito hora do sono, eu disse que a Isadora dormia super fácil e que lá pelas 9 da noite ela capotava na cama e pronto logo, logo era "ronc, ronc" (eu imitei um ronco na hora). Isadora que estava brincando quietinha e parecia que nem estava escutando a conversa, mas que depressa se pronuncia:
- É, eu durmo super fácil mesmo. Mas eu não ronco, não!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Mãe, não me assusta!

Isadora, assim como toda criança normal, vira e mexe sai correndo pela casa com algo perigoso na boca tipo: colher, garfo, lápis, caneta, pente (argh!), etc... Nessas horas, fico imaginando a cena se ela cair de boca no chão e o treco ser empurrado goela abaixo (trágico?? sim, eu sei!). Nunca ouvi nem vi alguma criança morrer por causa disso mas seguro morreu de velho, né ?Eu, para ensiná-la sobre causa-e-efeito (usando meus métodos bem trogloditas, claro!), sempre peço para ela tirar o treco da boca "vai lá que você cai e isso enterra na sua garganta". Ela sempre se assusta e nunca deixa de correr com algo na boca. Da última vez que o tal fato ocorreu pela milionésima vez, ela não suportou:

- Mãe, não me assusta. Pára de falar assim.
- Ah, é? Mas é pra assustar mesmo. Quem sabe você não faz mais.
- Mas eu não gosto que você fale assim.
- Ah, tá bom. Que tal: Isadora, pára com isso. É perigoso.
- Bem melhor, mãe.

O que eu acho mais incrível na Isadora (fora tantas outras coisas) é a capacidade dela de expressar sentimentos e opiniões. Isso vem desde muito pequenina. Ela andava meio cambaleante ainda mas já dizia "não gosto", "não quero", "isso não". Tão mais fácil lidar com uma criança que diz o que pensa e o que sente. O desafio para os pais de uma criança assim é reconhecer e valorizar essa capacidade para que ela nunca se perca. Eu e o Marcelo nos esforçamos muito nesse sentido. O que a Isadora fala é considerado e avaliado sem o rótulo pŕevio de "isso é coisa de criança" ou "quem decide somos nós", ou seja, Isadora mesmo sendo uma criança de 5 anos tem poder de decisão em muitas coisas aqui em casa. Algumas coisas nem se discute, claro. Mas em muitos casos, mudamos de idéia e comportamento por conta dos desejos e necessidades que ela mesma expressou. Admiro muito essa dinâmica da nossa família.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Mãe, o que que eu sou?

Isadora mudou de escola de natação. Ao contrário da escola anterior, na escola nova as crianças não aprendem a nomear os estilos de natação. Tudo é feito de forma lúdica (espero que isso signifique que ela vai aprender a nadar anyway). As crianças são divididas em classes como: tartaruga, peixinho, cavalo-marinho, golfinho e tubarão.
Ansiosa pelo primeiro dia, Isadora não parava de me perguntar o que ela era. Eu sempre dizia que não seria eu a definir. "Depende do tio da natação, Isadora". Na véspera de começar, ela ainda queria saber:" Mãe, por que eles tem que dividir a gente? Por que a gente tem que ter um nome?"
Eu cá com meus botões: Céus, é verdade! Por que sempre temos que ser denominados, separados, juntados, definidos? Mas eu tinha que responder algo mais simples.

- Isadora, funciona do mesmo jeito da escola que divide em séries por conta da idade e do nível de conhecimento. Lá na natação, vai ser a mesma coisa.
- Mãe, o que eu preciso fazer????
- Nada, filha. Seja você mesma. Nade o que você sabe. Mergulhe do jeito que gosta e se divirta bastante. O resto a gente pensa depois, tá?
- Tá bom, mãe.

Hoje ela chegou para o primeiro dia bastante ansiosa e animada. Fez um charminho na hora de entrar na piscina mas demorou pouco. Logo estava sorrindo e se divertindo com as novas amigas e o professor.
No fim da aula, perguntei se ela tinha gostado.
- Adorei, mas mãe, o que que eu sou? (Todos na piscina deram risada e ela soube que era um lindo cavalo-marinho)

Renato aprendendo nomes das pessoas

Renato está cada vez mais fluente no Renatês. Agora aprendeu a chamar algumas pessoas pelo nome:

Tato - como ele chama a si mesmo
Dodó - Isadora, irmã e incentivadora
Manu - Manuela, amiga da escolinha
Bibi - Gabriela, amiga e irmã do Rafa, melhor amigo da Isadora
Lu - Tia Luciana, morta de orgulhosa depois de ensiná-lo a falar "Lu"

Notem que, exceto o próprio nome, ele só aprendeu a falar nome de mulher.
Vamo que vamo, Renato!