segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Festa da escola - 2007


Isadora com apenas 2 anos e meio era a mais nova no palco. Arrasou como a palhacinha mais sorridente e desinibida de todas. No fim da apresentação ela me disse. Mãe, fiz tudo direitinho, né?

Festa de fim de ano da escola




Adoro quando chega fim de ano para ver a festa da escola. As crianças dançam com entusiasmo e alegria. O que mais gosto de ver é que eles se divertem, cantam, dançam, pulam e sorriem, com exceção de alguns estreantes no palco que choram muito. Modéstia à parte, Isadora e Renato seguraram bem o primeiro ano de festa.
Renato, estreante mais novo da festa, estava de sol. O único que não chorou. Ficou lá todo sério, encarando todo mundo com muita firmeza. Um hominho! Isadora, em seu último ano na escola, era a coelhinha mais linda de todas, claro. Seu sorriso ia de orelha a orelha. Uma fofa! Curtam as fotos!

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Renato vai completar 2 anos

No próximo sábado, dia 04 de dezembro, Renato completa 2 aninhos de pura gostosura. Meu magrelo Tato está cada dia mais esperto e alegre. Brinca pela casa, revira tudo e adora TV (tudo bem, ele se conforma em assistir Cocoricó, Barney e Toy Story). Dorme e acorda falando em assistir seu programa favorito, dizendo simplesmente "Cocó". Entre seus brinquedos favoritos, carros, bichos e Lego. Depois que descobriu o Creator não quis mais saber do duplo. Apesar da pouca idade, brinca muito bem com esses bloquinhos (ai, que orgulho). Outra coisa que adora é que leiam pra ele. Ele fica ali sentadinho no nosso colo, prestando uma atenção danada na leitura. Isadora está se adaptando ao irmão e às gracinhas que ele trouxe. Não tem sido fácil pra ela! Quanto a ele, segue a irmã mais velha por toda parte, imita seus gestos, falas e brincadeiras. Quer o que ela tem e quer que façam igual pra ele. Quando percebe que ela não está por perto, fica chamando "Dodó, dodó". Que fofo.
Um dia desses, ele era um bebê chorão e exigente, agora um menino alegre e esperto. Ainda bem que o tempo passa.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Meu filho vai para a guerra

Devido à boa repercussão sobre o último post em que publiquei o excelente "Crianças Foie Gras", da Tais Vinha do blog Ombudsman, transcrevo aqui outro texto dela muito interessante também:

Meu filho vai pra guerra.


Houve um tempo em que os filhos eram tirados novinhos da proteção dos pais e criados para virar guerreiros.
Crescidos e bem treinados eram enviados para as guerras sem fim, de uma antiguidade onde tudo se resolvia a golpe de espadas.
Muitos não retornavam. Os que conseguiam, traziam nas bolsas os prêmios da vitória. E no corpo as marcas das luta: cicatrizes, mãos amputadas, pernas mancas.
Hoje em dia, para a alívio das mães, nossos filhos não são mais confiscados no berço em defesa da pátria. Mas nem por isso deixarão de guerrear. E com nosso apoio e estímulo.

Preparamos nossos filhos desde a mais tenra idade para a batalha da vida moderna. Queremos que eles sejam bilingues, que estudem nas melhores escolas, que façam esportes, informática, música, artes, kumon, simulados etc. Para quê? Para terem mais chances de vencer uma outra guerra. A guerra do mercado. Onde só sobrevivem os mais preparados. E dá-lhes preparação. Não queremos criar perdedores!
Daí, um dia, eles partem pra luta. Enfrentam competição desumana, superiores autoritários, convivem com o facão do RH dia e noite nos seus pescoços, comem mal, dormem pouco, sofrem com as explosões na bolsa de valores e com os tiroteios da vida corporativa, não tem tempo para ver os amigos.
Os anos passam e quem vence exibe o carrão lustroso, a parafernália raitéc, o quiosque do churrasco, a cozinha de aço inox, o armário repleto de roupas que não dá pra se usar numa vida. Trazem nas carteiras os cartões de crédito que financiam os prêmios da vitória. E no corpo, as marcas da luta: sobrepeso, estresse, pressão alta, diabetes, insônia, inapetência sexual, tabagismo, alcoolismo, dependência química, solidão, consumo compulsivo, filhos carentes...só para citar alguns dos males dos guerreiros e guerreiras de hoje.
Como as mães de antigamente, os receberemos sempre de braços abertos, cheias de alegria e festa. E no fundo do peito a agonia de quem sabe que o preço da luta é alto demais.
Me pergunto se as mães da antiguidade de vez em quando também questionavam: "Filho meu, essa guerra à qual você tanto se dedica, é mesmo em benefício de quem?"

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Crianças Foie Gras

Isadora já está alfabetizada. Aprendeu a ler e escrever muito rápido. Em casa, a gente nem ensinou nada. Vez ou outra ela perguntava como se lia ou soletrava determinada palavra. Ficamos muito orgulhosos na última reunião da escola, em que descobrimos que apesar de ser a mais nova, Isadora fazia parte do grupo que estava completamente alfabetizado. Algumas crianças mais velhas ainda não sabiam ler. Ai, que orgulho.
A partir do ano que vem, Isadora estará em outra escola. Demoramos um pouco para achar uma escola que nos apresentasse uma proposta diferenciada. Buscamos por um ensino não bitolado em resultados mas preocupado com o crescimento da criança em todos os aspectos. Depois de algumas buscas, ficamos satisfeitos com nossa escolha. Espero que Isadora se adapte e também fique satisfeita.
Para entender um pouco do que eu e Marcelo não queremos para a Isadora, transcrevo aqui na íntegra um maravilhoso post do blog Ombudsmãe, da Tais Vinha, que apresenta uma visão bem realista do ensino que muitos pais buscam para seus filhos. Eu e Marcelo almejamos algo bem diferente, sim senhor!


"Vamos observar dois gansos. Um deles foi criado solto no campo. Não é muito grande, mas é ágil, rápido e tem a saudável musculatura de uma ave que cresceu nadando na lagoa, perseguindo insetos e correndo de um lado para outro com seu bando.
O outro é uma ave bem maior e vistosa. Porém se olharmos de perto percebemos que é meio disforme, estufada, desajeitada. Foi criada na gaiola para virar foie gras. Desde pequeno, seus cuidadores enfiaram-lhe comida goela abaixo para que crescesse rapidamente e virasse um excelente patê. Nunca correu pelo terreiro. Nunca teve oportunidade de explorar um formigueiro. Nunca se divertiu em capturar um peixinho na lagoa. Sua vida sempre foi receber ração e digeri-la rapidamente para conseguir suportar a próxima refeição.
Fiz essa analogia, depois de ouvir um relato de uma amiga sobre dois jovens que conheceu em um curso de inglês. Eles estudam em uma dessas escolas que despejam conteúdo sobre crianças e adolescentes, como se as preparassem para serem moídas. Diariamente eles recebem uma quantidade imensa de informação, que os obriga a dedicar muitas horas do dia sobre apostilas e livros. Semanalmente, fazem provas. A vida deles é sobreviver a elas. Digerem a informação até passar pela prova e depois partem para a próxima carga de informação. Como fazem os gansos foie gras com a comida.
Se analisarmos, muito desse conhecimento virará gordura. Isto é, não servirá para muita coisa na vida adulta. Será, literalmente, deletado. E o que restará disso é um jovem que cresceu sem exercitar os músculos da reflexão, do pensamento, da descoberta. São jovens que foram treinados, desde a mais tenra idade, a receber ao invés de ir atrás. A decorar ao invés de refletir. A sobreviver ao aprendizado ao invés de vivê-lo intensa e alegremente.
Pobres meninos e meninas foie gras. Podem até, um dia, conseguir voar para o sul. Mas terão que se esforçar muito, muito, muito para escapar do moedor
."

Se chegou até aqui é porque gostou. Sugiro ler da Tais Vinha os seguintes posts para reflexão:
Vamos falar de caligrafia.
Que escola você busca para seu filho?
Tarefas e provas abusivas. Seu filho é vítima?

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Colo ou cow?

O vocabulário do Renato tem aumentando bastante. Ele tem se esforçado muito pra falar e se comunicar conosco. Digamos que ele já percebeu que pode usar "palavras" no lugar dos "hum, hã, hã.." Ainda estamos na fase de decifrar o que ele quer dizer. Dia desses, estavam ele, Marcelo e Isadora brincando na sala. De repente, Renato começou com um tal de "cow, cow, cow". Marcelo não sabia o que era e perguntou pra Isadora o que o Renato estava tentando dizer. Isadora com todo seu vocabulário, experiência e conhecimentos em inglês, não teve dúvida. "Ah, pai. Deve ser colo ou vaca em inglês!"

Acontece, mãe!

Não sou uma das melhores motoristas do universo. Até que melhorei bastante nos últimos cinco anos. Desde o nascimento da Isadora, por conta da praticidade e necessidade, me vi na direção de um carro no trânsito louco de São Paulo. Uso transporte público numa boa, sem preconceito e com consciência. É mais barato, agride menos o meio ambiente e não fico nervosa com o trânsito. Sempre que posso, deixo o carro na garagem. Bom, dirigir pra frente eu consigo. Agora, estacionar, andar de ré e descer a rampa da garagem do prédio...hum, não sei não. Ainda preciso melhorar.
Toda essa conversa fiada foi pra dizer que eu arranhei o carro hoje, na garagem do prédio. Estava eu toda tagarela, voltando da natação com as crianças, quando ouço um "crec". Putz, arranhei o carro. Após estacionar, me abaixei e fui dar uma olhadinha. Lá estava eu me lamentando. Caramba, arranhou um pouquinho. De repente, sem ter percebido a presença da Isadora, abaixadinha do meu lado, ouço sua voz tão doce e solidária: "Acontece, mãe. Fica assim, não!". Fiquei muito surpresa e cheia de orgulho, claro. Minha filha, tão criança ainda mas sabendo o que fazer numa hora em que precisamos apenas de apoio e compreensão. Aprendo muito com ela. Todos os dias.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Hã, hã, hum, hum

O título deste post é o que o Renato (agora Tato para os íntimos) costuma expressar em protesto, alegria, exaltação ou qualquer outra emoção. Sim, ele fala o essencial e até arrisca frases sem verbos mas quando precisa de algo mais complexo a ser dito vai no hã, hã, hum, hum, não, não, esse, esse..duTato. Vou exemplificar o uso da frase mais falada pelo Tato. Hoje à noite, fui escovar os dentes dele. Na minha afobação, peguei a escova dele e coloquei a pasta de dente da Isadora (para os não-entendidos: quem não sabe cuspir usa pasta sem flúor, quem sabe usa com). Não é que o danado do menino estava de olho e viu meu engano. E começou a falar o tal do hã, hã, não, não, esse, esse, duTato apontando para a pasta de dente dele. Eu até disse: "Deixa Tato, vai ser essa só hoje". Quem disse que o moleque abria a boca. Enquanto não troquei a bendita pasta de dente, ele não sossegou!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Mãe, não é justo!

Estou em Belém para a formatura da minha irmã mais nova. Alguns dias antes de viajar comecei a preparar a Isadora falando sobre o motivo da viagem, quantos dias passaria fora, quem cuidaria de tudo na minha ausência, etc e tal. Na véspera da viagem, estava fazendo os dois dormirem quando Isadora disparou:
- Mãe, por que você tem que viajar? Você precisa mesmo ir? (ela parecia triste com a situação)
- Sim, filha. É a formatura da Tia Suzelle. Não vai ter outra chance de ir porque acontece uma vez na vida (a não ser que ela queira fazer outra faculdade, claro).

Ela ficou pensativa e nada satisfeita com a resposta. Continuou:
- Poxa, mãe, eu também queria ir pra formatura da Tia Suzelle. E por que eu não posso ir?
- Ah, Isadora. É uma festa à noite e criança não vai. Todos os adultos vão pra festa e não teria ninguém pra ficar com você.

Pronto. Achei que tinha sido uma boa explicação e mudaríamos o rumo da prosa. Que nada! Isadora ainda não estava convencida e argumentou:
- Mas, mãe, se o papai fosse junto e ele poderia ficar comigo sem ir pra festa. Que tal?
- Mas o papai está de plantão e não pode sair da cidade.

Não foi o suficiente. Isadora não se rendia e ainda tinha munição?
- Mas peraí, mãe. Quando é a festa?
- É sábado. Por quê?
- Se a festa é sábado, por que você vai sexta e só volta na segunda? Por que você não volta no domingo?
(Ela me pegou no contrapé e fiquei um tempo pensando de onde vem tanta esperteza.)
- Ah, Isadora, vou ficar um tempo com minha mãe e minhas irmãs, visitar alguns amigos e só depois venho embora.

Isadora percebeu que não poderia viajar comigo mas não antes de expressar a mais batida indignação das crianças:
- Mãe, não é justo! Não é justo você viajar e não levar a gente!

Ela me desarmou e eu não tinha mais nada a dizer. Ficamos quietas um pouco. Em seguida ela disse que queria tomar café da manhã comigo antes de eu sair de viagem e caiu em sono profundo.
Isadora é ou não uma fofa muito esperta??

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Mãe, você não trabalha?

Esse post começou a ser escrito em outubro de 2009. Pensei em finalizá-lo agora porque eu estive me questionando se trabalhar fora não é melhor pra todo mundo aqui em casa. Ando meio louca de tanto ficar só pensando em coisas domésticas. Assunto para outros posts, claro. Deixa eu terminar esse primeiro)
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Na volta da escola, eu e Isadora sempre jogamos uma conversinha fora do tipo como foi seu dia, o que você fez hoje, como foi na escola... Dia desses, já na garagem parando o carro ela dispara a pergunta que me é fatal:
Isadora - Mãe, você não trabalha? Eu - Hã??? Cuma?? (como diria Didi Mocó)
Ainda bem que já tinha parado o carro, senão bateria no primeiro poste de tão baratinada. Não é fácil lidar com isso rotineiramente quando alguém pergunta o que faço, agora vem minha filha e me questiona. É irônico mesmo. Passada a surpresa, agi na defensiva e tasquei:
Eu - Claro que trabalho, em casa! Quem leva e busca você na escola, arruma sua mochila, cuida da agenda e tudo mais? Isadora - Não, mãe. Você não entendeu. Eu queria era saber com que você trabalhava antes de ficar em casa. (Tá vendo. Nem as crianças acham que ser dona de casa é trabalho) Eu - Ah tá. Eu trabalhava como engenheira numa empresa de celulares. (Tadinha da minha filha, ouviu um discurso que estava engasgado por quase 2 anos.)

Pelo menos consegui frear minha língua antes de citar mais algumas das minhas atividades: tomar café da manhã com os filhos, levar pra brincar na pracinha, ir até o banheiro quando gritam "acabei", ser uma das poucas mães que participa das atividades da escola no horário comercial, ficar de pijama até a hora de levar os filhos na escola, acordar um pouquinho mais tarde sem correrias, pensar nas refeições com mais cuidado, fazer feira 3 vezes na semana, etc..
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Quase um ano depois dessa conversa com a Isadora, já não fico tão nervosa quando o assunto é sobre o que eu faço. Hoje assumo sem problemas minha situação "do lar". Até assinei uma declaração para a Receita Federal assumindo que é essa a minha profissão atual. Claro que chorei na hora de assinar. Não foi fácil assumir mas cheguei lá. Estou feliz, tenho meu altos e baixos, meus momentos de total loucura materna mas acho que estou fazendo um bom trabalho.

domingo, 12 de setembro de 2010

Hora certa de morrer

Brincando de mamãe-filhinha na escola, Isadora descobriu que os pais podem morrer um dia. O negócio é que nenhuma das amigas quer ser a mãe (por que será?). Todas querem ser filhinhas. Querem ser cuidadas, mimadas e sem as broncas reais (porque no mundo imaginário as mães não dão bronca nunca). Até perguntei pra Isadora porque ela não queria ser mamãe. Ela respondeu que não sabe ser mãe, não sabe cuidar de filho (essa é boa). Como solução para continuar a brincadeira, alguém sugeriu que bastava fingir que a mãe morreu (pronto, mataram a mãe pra sanar o problema). Problema resolvido na brincadeira porque na vida real da Isadora surgiu um bem grande: ela soube que os pais podem morrer e de verdade.
Ela veio toda chorosa dizendo que não queria ficar sozinha sem o papai nem a mamãe. Não queria "nunquinha" que o papai e a mamãe dela morressem. E questionou porque a gente morre (ainda bem que ainda não perguntou pra onde se vai depois que morre). Expliquei que é a ordem natural da vida: as pessoas nascem, crescem e morrem (por razões óbvias pulei a parte do "se reproduzem"). Falei também que todo mundo sabe que vai morrer um dia mas não fica pensando muito nisso, não. Vamos vivendo a vida sem pensar na morte. Não acho que ela entendeu muito da conversa nem se convenceu dessa tal ordem natural das coisas. Virou pra mim com uma carinha triste e disse:
- Mãe, acho que deveria ter hora certa para os pais morrerem. (olha só como funciona a cabeça dessa menina!)
- Ah, é? (uma pergunta só indica que eu não sei mesmo o que dizer)
- Sim, e a hora certa para os pais morrerem é lá pelos 100 anos. Bem velhinhos. Quem nem o Nono! (o bisavô Ranieri, que faleceu bem velhinho há pouco mais de 2 anos. Homem notável o Nono!)

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Curioso que depois dessa conversa, Isadora nunca mais falou de morte. Acho que ela queria mesmo é saber dos mortos da família. Nesse mesmo bate-papo, falamos do meu pai e da minha avó materna que já se foram também.
Fiquei pensando porque na cabecinha da Isadora a tal hora certa para os pais morrerem estava relacionada com o Nono. Talvez as recordações que ela tenha dele envolvem os filhos reunidos nos almoços, filhos crescidos, independentes, unidos. Ah, e os netos e a única bisneta até então. Todo mundo seguindo a vida e mantendo bem fortes os laços familiares. E o Nono lá, orgulhoso e, até quando pode, sempre ativo participando de tudo. Não sei se é tudo isso que Isadora quis dizer mas é a minha visão agora da hora certa de morrer!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O quarto das crianças

Isadora e Renato dormem no mesmo quarto há alguns meses. Renato tinha um quartinho só pra ele mas era totalmente inútil. Ele não dormia muito no berço e passava parte da noite comigo na cama. Achei melhor desmontar o berço, transformar o quarto em brinquedoteca e colocar uma minicama pra ele no quarto da Isadora. Tudo bem que o quarto é cor de rosa, com borboletas e bailarinas na parede. Pelo menos a roupa de cama é azul com desenhos de menino e há algumas almofadas de leão e elefante pra indicar que ali dorme um garotinho. Mas Renato não liga nada pra isso. Para completar a decoração do quarto misto, há bonecas, carrinhos de bonecas, cadeira de alimentação de bonecas, roupas de boneca e tudo o que se pode imaginar de bonecas. Sim, Isadora domina o quarto. Até porque o Renato, como já mencionei, não dá muita bola pra nada ainda. Ele sabe que tem a cama dele e pronto. Pra ele é o suficiente.
Isadora está muito feliz em dividir o quarto com o irmão. Não se incomoda nada quando ele chora de madrugada nem se aborrece quando ele se deita em cima dela pra fazer farra. Eles curtem a companhia um do outro naquele espaço. Isso é muito curioso porque em outros ambientes da casa eles quase sempre estão disputando algo. Até parece que desenvolveram um código para que a parte neutra da casa fosse o quarto deles.
Isadora não dá trabalho nenhum pra dormir e lá pelas 9 da noite já está em sono profundo. Antes disso, todos se despedem dela dando beijinhos, inclusive o Renato. Eu falo pra ele dizer boa-noite pra irmã, ele vai lá, dá beijinho e faz "tchau". Uma graça.
Renato não dorme tão facilmente porque ainda não aprendeu como fazer isso. As previsões dizem que vai demorar muito pra que ele aprenda. Paciência. Ele adormece tarde, geralmente deitado comigo. Eu, encolhida naquela miniatura de cama. Mas é tão gostoso ficar lá, dormindo com ele fazendo carinho no meu rosto. E ainda dá pra ouvir a respiração da Isadora, adormecida como a Bela. Depois de uma hora ou duas, me levanto da cama do Renato, checo os cobertores e só saio do quarto depois de admirar uma das mais belas cenas da minha vida e que, para minha felicidade, se repete todos os dias: meus filhos dormindo seguros, saudáveis, felizes.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A peneira favorita

Sabe aquele objeto que a gente vê algumas crianças carregando para todos os lugares? Pode ser um ursinho de pelúcia, um boneco, uma fralda, um paninho ou um pequeno cobertor (quem se lembra do Linus, amigo do Charlie Brown?). É o que se chama de objeto de transição e representa um conforto para a criança, que se apega principalmente durante momentos de angústia, medo ou tristeza, como na ausência dos pais (adaptado a partir do site da Revista Crescer).
A aulinha acima sobre objetos de transição na infância é para tentar explicar o estranho título deste post. É que o Renato já escolheu seu objeto de transição. Sim, minha gente. É uma peneira de plástico, daquelas pequeninas de cozinha. Ah, ele também escolheu uma peneira pra Isadora!
Normalmente, quando a criança sente falta do seu brinquedo/cobertor favorito, ela procura no quarto. Com o Renato é bem diferente. Ele vai até a cozinha, abre a gaveta dos cacarecos, pega sua peneira favorita e fala "Tato" (com essa única palavra ele quer dizer: Peguei minha peneira!). Em seguida, pega outra peneira e pra indicar que é da Isadora ele fala "Dodó" e entrega pra ela.
Tomara que ele não perca esse inusitado brinquedo favorito. É que entre várias peneirinhas da gaveta, ele escolheu justamente um modelo que eu nunca vi nas lojas de 1,99.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Astronauta ou surfista: eis a questão.

Primeiro Isadora disse que queria ser astronauta. Perguntei porque e ela sapecou: "Quero pisar na lua! Deve ser divertido!".
Dias depois veio me dizer que queria ser surfista. Nem perguntei e já foi dizendo que era porque o papai surfa, e que iria surfar junto com ele. Depois se lembrou que queria ser astronauta também. E agora, mamãe? O que faço? Vou ser astrounauta ou surfista? Dei uma risadinha e respondi: Não precisa se preocupar, filha. Você pode ser as duas coisas.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Novas palavras do Renato

O que o Renato aprendeu a falar recentemente:
papá - pedindo pra comer
bou - acabou
dê-dê - cadê?
melão - a fruta
Pepê - chamando o primo Pedro
Juju - a prima Júlia
bobô - vovô
bobó- vovó
titi - não é titia nem titio é xixi
al - ceral

Imitações
au-au - nem precisa dizer
muuuu - vaquinha
mau - seria miau pra imitar um gatinho
cloc-cloc - fazendo barulhinho com a língua pra imitar o cavalo. Eu digo pocotó e ele fala cloc-cloc
béééé - ovelha, carneiro, bode e afins

Renato com 01 ano e 08 meses

Renato fez 01 ano e 08 meses de pura gostosura. Ele é um gostoso de abraçar, apertar, beijar. E ele adora tudo isso. Vira, mexe e remexe pela casa e quando se lembra de mim, dá meia-volta e vem me beijar e abraçar falando a palavra mais doce que eu conheço: mamãe! Quando quer alguma coisa ainda não evoluiu muito e ainda fala "mão, mão" e nos arrasta com ele. O que ele aprendeu mesmo esse mês foi identificar os pertences dos outros. Tipo, ele vê meu sapato, aponta e diz "ó, mamãe?". Eu digo: "isso mesmo, é da mamãe!". Ele sabe a quem pertence cada coisa na casa. As coisas dele, se limita a falar "Tato, tato!". Coisa fofa.
Ele já desmamou faz tempo mas ainda acorda de madrugada. Ele me chama, chorando baixinho. Eu me levanto pra pegá-lo nesse horror de frio que tem feito. Ai, que preguiça que dá de levantar. Se eu tivesse um sono mais pesado e uma consciência menos maternal, dormiria a noite inteira e nem ouviria o danado gritar. Certas madrugadas, eu não o ouço chorar, só escuto os sons dos passinhos dele vindo direto para o meu lado da cama. Ele chega falando mamãe, eu pego ele que dá logo um sorriso e passa a mão no meu rosto. E adormece em cima de mim feito um anjo. Adoro quando ele vem sozinho, se fazendo de independente. Talvez ele pense: "se quero a mamãe não vou ficar aqui chorando, vou lá deitar com ela, agora!".
Renato gosta de circular pela cozinha. Abre gavetas, armários, espalha tudo pelo chão. Fora o que ele pede pra comer. Ele adora cereal e arrumou um jeito de pedir: vai na gaveta, pega um potinho plástico se aproxima do armário e fica pedindo "au-au", apontando para o cereal. Muito engraçado.
Enfim, Renato nos surpreende a cada dia e a gente vai se virando para entender as formas de comunicação dele: gritos, gestos, grunhidos, choros e algumas palavras, claro!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Mas eu não ronco, não!

Contratei uma babá pra brincar com a Isadora e o Renato após o horário da escola. Muitos podem se questionar "poxa, mas eles acabaram de voltar da escola e já tem outra pessoa pra brincar que não seja o pai ou a mãe??". Pois é, eu também questionaria antes de ter dois filhos. Quando era apenas a Isadora a gente segurava o tranco. Agora com dois rebentos, aquele papo de "não-quero-babá-aqui-nem-a-pau" é coisa do passado. Temos uma empregada que dorme em casa (e que ajuda MUITO com as crianças) e se pudesse e tivesse um espacinho eu teria uma babá que dorme também. Como isso não é possível, de vez em quando vem uma babá ajudar com as crianças depois da escola. Ajuda pra caramba, sem falar que eu e o Marcelo podemos jantar sentados a refeição inteira (taí uma coisa que é bem rara!).
Todo esse blá-blá-blá foi pra explicar a presença da babá aqui em casa na última quarta-feira à noite e contar uma tirada super engraçada da Isadora. Eu estava apresentando as crianças pra babá, falando das particularidades delas, etc e tal e a Isadora estava por perto. No quesito hora do sono, eu disse que a Isadora dormia super fácil e que lá pelas 9 da noite ela capotava na cama e pronto logo, logo era "ronc, ronc" (eu imitei um ronco na hora). Isadora que estava brincando quietinha e parecia que nem estava escutando a conversa, mas que depressa se pronuncia:
- É, eu durmo super fácil mesmo. Mas eu não ronco, não!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Mãe, não me assusta!

Isadora, assim como toda criança normal, vira e mexe sai correndo pela casa com algo perigoso na boca tipo: colher, garfo, lápis, caneta, pente (argh!), etc... Nessas horas, fico imaginando a cena se ela cair de boca no chão e o treco ser empurrado goela abaixo (trágico?? sim, eu sei!). Nunca ouvi nem vi alguma criança morrer por causa disso mas seguro morreu de velho, né ?Eu, para ensiná-la sobre causa-e-efeito (usando meus métodos bem trogloditas, claro!), sempre peço para ela tirar o treco da boca "vai lá que você cai e isso enterra na sua garganta". Ela sempre se assusta e nunca deixa de correr com algo na boca. Da última vez que o tal fato ocorreu pela milionésima vez, ela não suportou:

- Mãe, não me assusta. Pára de falar assim.
- Ah, é? Mas é pra assustar mesmo. Quem sabe você não faz mais.
- Mas eu não gosto que você fale assim.
- Ah, tá bom. Que tal: Isadora, pára com isso. É perigoso.
- Bem melhor, mãe.

O que eu acho mais incrível na Isadora (fora tantas outras coisas) é a capacidade dela de expressar sentimentos e opiniões. Isso vem desde muito pequenina. Ela andava meio cambaleante ainda mas já dizia "não gosto", "não quero", "isso não". Tão mais fácil lidar com uma criança que diz o que pensa e o que sente. O desafio para os pais de uma criança assim é reconhecer e valorizar essa capacidade para que ela nunca se perca. Eu e o Marcelo nos esforçamos muito nesse sentido. O que a Isadora fala é considerado e avaliado sem o rótulo pŕevio de "isso é coisa de criança" ou "quem decide somos nós", ou seja, Isadora mesmo sendo uma criança de 5 anos tem poder de decisão em muitas coisas aqui em casa. Algumas coisas nem se discute, claro. Mas em muitos casos, mudamos de idéia e comportamento por conta dos desejos e necessidades que ela mesma expressou. Admiro muito essa dinâmica da nossa família.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Mãe, o que que eu sou?

Isadora mudou de escola de natação. Ao contrário da escola anterior, na escola nova as crianças não aprendem a nomear os estilos de natação. Tudo é feito de forma lúdica (espero que isso signifique que ela vai aprender a nadar anyway). As crianças são divididas em classes como: tartaruga, peixinho, cavalo-marinho, golfinho e tubarão.
Ansiosa pelo primeiro dia, Isadora não parava de me perguntar o que ela era. Eu sempre dizia que não seria eu a definir. "Depende do tio da natação, Isadora". Na véspera de começar, ela ainda queria saber:" Mãe, por que eles tem que dividir a gente? Por que a gente tem que ter um nome?"
Eu cá com meus botões: Céus, é verdade! Por que sempre temos que ser denominados, separados, juntados, definidos? Mas eu tinha que responder algo mais simples.

- Isadora, funciona do mesmo jeito da escola que divide em séries por conta da idade e do nível de conhecimento. Lá na natação, vai ser a mesma coisa.
- Mãe, o que eu preciso fazer????
- Nada, filha. Seja você mesma. Nade o que você sabe. Mergulhe do jeito que gosta e se divirta bastante. O resto a gente pensa depois, tá?
- Tá bom, mãe.

Hoje ela chegou para o primeiro dia bastante ansiosa e animada. Fez um charminho na hora de entrar na piscina mas demorou pouco. Logo estava sorrindo e se divertindo com as novas amigas e o professor.
No fim da aula, perguntei se ela tinha gostado.
- Adorei, mas mãe, o que que eu sou? (Todos na piscina deram risada e ela soube que era um lindo cavalo-marinho)

Renato aprendendo nomes das pessoas

Renato está cada vez mais fluente no Renatês. Agora aprendeu a chamar algumas pessoas pelo nome:

Tato - como ele chama a si mesmo
Dodó - Isadora, irmã e incentivadora
Manu - Manuela, amiga da escolinha
Bibi - Gabriela, amiga e irmã do Rafa, melhor amigo da Isadora
Lu - Tia Luciana, morta de orgulhosa depois de ensiná-lo a falar "Lu"

Notem que, exceto o próprio nome, ele só aprendeu a falar nome de mulher.
Vamo que vamo, Renato!

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Vocabulário do Renato

Já comentei por aqui que o vocabulário do Renato é muito peculiar. Das poucas palavras que ele fala, algumas são em português, outras no Renatês (aquelas que só entende quem convive com ele) e o para todo resto "esse, esse".
Ah, sim. Seria injustiça minha não dizer que ele já fala algumas frases:
"Tau, tau" (se despede acenando a mãozinha)
"Mãe, mãe. Ó, ó, ó..." (ele fala isso puxando minha mão para mostrar algo que fez ou quer que faça pra ele).
"Pai, pai. Ó, ó, ó..." (idem)
"Mão, mão" (idem, quando não sou eu nem o Marcelo o interlocutor)

Hoje ele falou dodói.
Sem mais no momento.

Como papai e mamãe se conheceram

Eu: Isadora você sabe como eu e seu pai nos conhecemos? (um dia conto aqui como foi)
Ela: Não, mãe. Mas eu imaginei assim: (senta que lá vem estória...)
Vocês dois moravam cada um numa casinha de frente pra outra. A casinha de vocês era que nem a dos três porquinhos, só que era a casinha de palha, sabe? Aí, vocês ficavam lá olhando um pro outro, se olhando.. Até que um dia, vocês saíram, se encontraram e se beijaram na boca!

Toda essa estorinha foi ela mesma que fantasiou na cabecinha dela. Acho até que ela já tinha pensado nisso mas nunca verbalizado. O mais legal de tudo foi quando ela falou sobre beijar na boca. Ela sussurrou no meu ouvido, como se tivesse falando algo proibido, sei lá. Achei tão bonitinho.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Qual o número desse choro?

Isadora estava muito chorona ultimamente. Chorava por qualquer motivo. Eu achava que era por causa do nascimento do Renato e que naturalmente ela queria voltar a ser bebê. Mas o tempo passou, Renato deixando de ser bebê e a Isadora continuava chorona. Lembrando de uma conversa sobre crianças com uma pessoa da família, que determinava graus de dor para machucados, adaptei a regra para motivos de choro. Combinei com a Isadora que os motivos de choro iriam de 0 a 5. Motivos de 0 a 2 não pode chorar. Motivo 3 pode chorar pouquinho. Motivos 4 e 5 pode chorar muito e quanto tempo quiser.
Cada vez que ela começava a chorar, eu perguntava: "Qual o número desse choro, Isadora?". Ela mesma avaliava o número do choro. Se fosse um motivo bobo, ela dizia: "É número 0, mãe!" e parava de chorar imediatamente. Se fosse uma tristeza muito grande ou um machucado bem forte, ela dizia chorando e com a voz fraquinha: "É número 5, mãe!"
Só sei que esse método funcionou que é uma beleza. Isadora já não choraminga tanto e até tira sarro do Renato. "Mãe, quase todos os choros do Renato são número 0".
O interessante desse método é que ela mesma avalia e quantifica o motivo do choro. Ninguém melhor do que ela prá dizer se o motivo é forte ou não para chorar.

Mãe imaginária!

Isadora veio com uma conversa fiada de que queria que eu fosse mais carinhosa e menos brigona (bem o oposto do pai, né?). Veio até me comparar com a mãe de uma amiguinha:
-"Mãe, a mãe da fulana é tão boazinha, nem briga com ela". (Vê se eu posso com essa??)
Respondi:
-"Vai ver fulana obedece logo que a mãe pede e não faz que nem você que me obriga a pedir mais de 3 vezes a mesma coisa!" (Tá, eu estou colocando culpa nela. Por que as mães têm que carregar toda a culpa do mundo? Filho tinha que ter culpa em alguma coisa. Nem que fosse pra ser culpado da mãe ser chata e brigona que nem eu. hehehehehehe)

Bom, depois de ouvir essa conversinha por mais de 3 vezes (é o meu limite) mandei logo a verdade nua e crua pra Isadora:
- "Filha, eu sou a única mãe que você tem. Mãe, a gente só tem uma. Eu, chata ou brigona, sou a mãe que você tem. Se você não está satisfeita, inventa uma mãe imaginária pra você. Faz com que ela seja do jeito que você quer. Aí eu fico sendo só a mãe do Renato (tá, eu apelei para o mortal ciúme do irmãozinho!).
Ela toda chorosa, vira pra mim e fala:
- Não, mãe. Eu quero é você. Não quero uma mãe imaginária, não!
Fiquei arrependida de pegar tão pesado com ela e amenizei:
- Oh, filha. Você é a filha que eu sempre quis ter. Você é do jeitinho que eu sonhei, tá?
- Tá, mãe. Você é a mãe que eu sempre quis também. (e me abraçou tão forte de um jeito que nunca vou esquecer)

Foi um santo remédio. Nunca mais Isadora quis uma mãe diferente. É claro que tenho me esforçado muito pra ser menos chata e mais paciente com ela. Isadora não dá trabalho e é super obediente. Eu que preciso me adaptar ao ritmo dela.

domingo, 4 de julho de 2010

Renato com 1ano e 7meses

Renato cresceu e muito. Não estou falando de tamanho mas de inteligência e esperteza (que é o que importa, né?). Ele continua o magrelo de sempre. Anda quase correndo no melhor estilo robozinho de ser. É forte e ágil para o tamanhinho dele. Gosta de escalar sofás, cadeiras e arrisca subir e descer escadas. Adora se esconder lá no fundinho do elevador e dá um trabalho danado pra tirar ele de lá. Entende tudo o que falamos pra ele, nós não entendemos quase nada do que ele tenta dizer. Ele se comunica através de palavras curtas e vários grunhidos, gritos e gestos. É um hominho das cavernas. Ele sabe dizer bem o que quer e o que gosta: mamãe, carro, gol (entenda-se bola), desce (que pode ser sobe dependendo do contexto), pão, mamão, mamar e esse-esse (para todo o resto). Demorou mas aprendeu a falar papai. Quando quer nos mostrar alguma coisa, pega na nossa mão e nos arrasta com ele. Já não se esgoela mais na cadeirinha desde que começou a ir para o berçário. Se viu obrigado a se acostumar tanto com a escola quanto sentado quieto na cadeira. Oh mundo cruel! Aprendeu a empilhar blocos, encaixar peças e reconhece todos os seus pertences e brinquedos. Se apropria na força das coisas da Isadora. Ela, como lady que é, choraminga mas cede.
No próximo post, conto mais das novidades do Renato (ou Tato como é chamado pela Isadora e o Marcelo, por mim: pitico, pititico e outras variações)

Manifesto pelas mães



Sempre que posso visito o blog Ombudsmãe, da Tais Vinha, mãe escritora e palpiteira como ela mesma se define. O blog dela é muito interessante, tem posts tanto engraçados, quanto inteligentes e profundos sobre tudo que envolve esse mundo louco da maternidade.
Passeando por lá, vi uma campanha com a qual me identifiquei muito. É um manifesto sobre a valorização da maternidade. Assinei com muito orgulho.
Para saber do que se trata, clica aqui. Para detalhes da campanha vai lá no blog da Tais (ah, sim, não sou amiga da Tais, ela nem me conhece, hehehe. Pareço íntima mas não sou!!)

terça-feira, 29 de junho de 2010

Papai é tão carinhoso!

Isadora do nada, chega pra mim e fala:
- Mãe, meu pai é tão carinhoso! Tenho muita sorte de ter ele, né?

Em outra conversa, a mesma coisa.
- O que você comeu de sobremesa, Isadora?
- Comi uva.
- Tava boa?
- Não, tava bem azeda, mãe. (meio reclamando da uva)
- Ah, vai lá reclamar com seu pai, foi ele que comprou.
- Eu não vou, não. Ele é tão carinhoso

Eu bem que ouvia falar que as meninas são loucas pelo pai. Adoram, idolatram, são as filhinhas-do-papai mesmo. Mas não achei que era tanto assim. Duvido que tenha uma filha mais puxa-saco do pai do que a minha.
Ainda bebê, Isadora já apresentava uma ligação muito forte com o Marcelo. Ela adoecia, ele adoecia e vice-versa. Diarréia num, diarréia no outro. Eita! Acho até que aprendeu a falar papai primeiro do que mamãe.
Como ela começou a falar cedo, já gritava de madrugada: "Papai, eu quero meu pai!". Claro que o pai passava bem longe de ouvir, naturalmente programado que é para apagar durante a noite. E quem ouve o menor ruído e pula da cama para atender o filho??? Quem, quem?? A mãe, claro. E o que essa mãe aqui ouvia quando chegava lá no berço da filhinha-do-papai??? "Eu não quero a mamãe, quero o papaiiiii!" A mãe aqui num misto de fúria-tristeza-ciúme voltava pra cama e acordava o papai sonolento com o maior prazer: "Vai lá, TUA filha está te chamando!" Depois de várias madrugadas, desisti de levantar e apenas cutucava o Marcelo para ver o que a Isadora queria.
E assim, continua seguindo essa relação de amor entre os dois. Fico com ciúme? Claro. Uma pontinha de inveja? Uma pontinha não, um iceberg! Mas ao mesmo tempo fico numa felicidade danada de ver que minha filhinha tem muita sorte de ter o pai que tem. Ela tem mesmo um paizão e sabe valorizar isso. Que continue assim!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Isadora fez 5 aninhos!

Minha princesinha completou 5 anos na sexta-feira passada. Sim, eu já deveria ter postado alguma coisa sobre a festança do aniversário. Sim, foi uma festança (pelo menos pra mim).
Parei de trabalhar fora vai fazer 2 anos. Desde então, tenho tempo de sobra pra inventar (e copiar da internet) comemorações inusitadas. Ano passado teve o dia especial da Isadora além da festa de buffet. Este ano a festa foi no salão do prédio com direito à cama elástica, piscina de bolinhas, pipoca, algodão doce e hot-dog. Chamei apenas os amiguinhos da escola (sem os pais), família e amigos com filhos (os sem filhos ficaram de fora). Duas semanas antes do aniversário, enviei uma carta aos pais explicando que o convite era apenas para as crianças e que eu me responsabilizava em pegá-las na escola. Os pais deveriam buscá-las no meu prédio às 19h. O que eles deveriam fazer era assinar uma autorização liberando o filho de sair da escola na perua que eu contratei. De 19 crianças que convidei apenas 3 não puderem ir. Pronto. A expectativa em torno desta festa foi enorme. Só se falava disso na escola. Eu estava empolgadíssima com a festa. Isadora nem tanto. Ela dizia: "Mãe, o aniversário é meu mas é você que tá doidinha!".
Contratei uma empresa que cuidava da alimentação, recreação e brinquedos. Faltava a decoração. Isadora queria que o tema fosse da Minnie com tudo em vermelho. Uma amiga me emprestou alguns enfeites de mesa da Minnie em rosa e branco. Mudamos de cores e com a ajuda da vovó Malu e da Tia Cila para costurar toalhas de mesa e outros enfeites e do vovô João para encher as bexigas, a decoração ficou pra lá de linda e exclusiva.
No dia da festa, fui à escola para buscar as crianças. Elas estavam muito ansiosas. Todas arrumadinhas para a festa, sem uniforme. Isadora combinou com elas que era pra levarem troca de roupa ("Mãe, é muito chato ir pra festa de uniforme!"). Na hora de entrar na van, estavam numa animação que só vendo. O trajeto durou 5 minutos de folia na van, uma barulheira, uma alegria. O sorriso da Isadora ia de orelha a orelha. A partir dessa hora ela ficou empolgada. Ela se deu conta de que aquela arrumação toda, todo aquele esquema era para o aniversário dela. Ninguém tinha feito uma festa assim na escola, era a primeira vez e isso tornava tudo muito mais especial.
Nas 3 horas que se seguiram, tudo foi só alegria. As crianças se divertiram, pularam, brincaram, correram.. Foi uma festa e tanto. Na hora do parabéns, Isadora usou a fantasia da Minnie que acabara de ganhar de presente. Ela estava tão linda mas não muito afim de ser fotografada. O primeiro pedaço de bolo foi para uma amiga pra quem ela tinha prometido, a Duda.
A festa deu um trabalho danado mas valeu a pena. Amei ter feito. Faria de novo. Ano que vem, o que será que vou bolar?

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Vergonha dos pais

Ontem fui buscar a Isadora na escola e voltamos a pé pra casa. Passando pela praça que tem no caminho, vi dois casais de adolescentes naquela farra. Fiquei olhando aquela cena, lembrando do meu tempo e pensando no tempo da Isadora que ainda está por vir. Olhei pra minha pequena, segurando minha mão e falando com aquela vozinha de menina. Não, eu não quero que ela cresça logo. Com medo disso mas preparando meu coração, virei pra ela e falei:

Eu - Isadora, olha pra trás, está vendo aquelas meninas ali?
Isadora - Sim, mãe. O que tem?
Eu - Tem papai ou mamãe delas perto?
Isadora - Não, não tem.
Eu - Um dia você vai estar ali com seus amigos, nem eu nem seu pai vamos estar por perto. Você não vai querer. Vai até ter vergonha da gente.
Isadora - (ela vira pra mim e pergunta algo que eu não esperava) - Mãe, você já teve?
Eu -(morrendo de vergonha tive que dizer a dura verdade) - Sim, Isadora, eu já tive.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Sobre princesas e príncipes

Minha sobrinha Dandara, que tem a mesma idade da Isadora, veio passar uns dias aqui em casa.
Ela gosta de ficar de fantasia de princesa o dia inteiro. Isadora gosta de usar mas não pra ficar horas vestindo a tal fantasia.
Sem entender o porquê de tanto gosto em ficar vestida de princesa, veio a indagação?

Isadora - Oh Dandara, por que você fica assim vestida de princesa o dia inteiro?
Dandara - Fico pronta para esperar o meu príncipe!
Isadora - Príncipe??? Que príncipe?? (com a cara surpresa ou indignada ou irônica ou tudo isso junto)
Dandara - Oras o meu príncipe encantado. Quando ele chegar quero estar vestida de princesa.
Isadora - Dandara, príncipes não existem de verdade só nas estórias. O que existe mesmo são os meninos! (vai ver eu já disse isso e não lembro...assim como já devo ter dito que nem todos são felizes para sempre. Sei, sei.. estou minando a fantasia dela. Mas ela acredita em Papai Noel, coelhinho da páscoa e que doces causam cáries. Em príncipe encantado, definitivamente não!)

Hoje Pedro faz 1 aninho!

Pedro, priminho da Isadora e do Renato, completa hoje seu primeiro ano de vida. Fiz um post aqui falando do nascimento dele.
O tempo passa rápido mas no primeiro ano de vida do filho nem tanto... São noites mal dormidas, sonos não recuperados, um certo cansaço físico e mental.. Nada disso permanece quando se vê aquele sorrisinho desdentado, aquelas mãos gorduchas e cheirosas apertando seus dedos, puxando seu nariz, tentando fazer um carinho desajeitado mas puro de tudo. Aquele ser crescendo bem diante dos seus olhos, dia após dia, dá um ânimo danado pra seguir em frente, uma esperança em que dias melhores sempre virão. Filhos são o que há de melhor pra gerar, cultivar e admirar.
Parabéns aos pais Adriana e João. Parabéns ao Pedro. Felicidades

Notícias

Sei que faz tempo que não escrevo nenhuma linha por aqui. Não é falta de assunto nem de tempo. Assunto tem de sobra para quem tem dois filhos em idades e fases diferentes. O que falta para atualizar o blog é um pouquinho de vergonha na cara mesmo. Como pode não compartilhar as coisas mais lindas, as palavras mais engraçadas, a fase mais gostosa da infância?? Nem posso me lamentar da falta de tempo porque os dois vão para a escola à tarde e até arrumei tempo para estudar francês (Oui). É falta de vergonha, sim senhor.
Isadora já vai completar 5 anos. Começou a estudar inglês no método Kids Club (não sei bem como é, mas é na escola e eu não preciso levá-la a lugar nenhum. Grande método esse! Yes!). Ela foi dama-de-honra da tia Lu e do tio Beto (Felicidades aos dois! Arrasaram na festa de casamento). Ela estava tão orgulhosa de ser daminha. Na hora do casamento, estava concentrada e cheia de si da responsabilidade dela. Estava uma princesa. Vou postar fotos depois.

Renato começou a andar logo que fez 1 aninho. Agora ele corre pela casa com as pernas tortinhas e cambeleantes. Adora brincar de pega-pega e de esconder. Fala algumas palavrinhas como mamãe (palavrinha, que nada), não, tau-tau (tchau-tchau), gol, cao (carro), au-au, bo (acabou), de (cadê?), achô, nana (banana), mamá (mamadeira).. Ele também usa linguagem de sinais para pedir mais, tomar banho, acabou, cadê, fazer dormir. Como podem ver, ele é um gênio.
Ele começou ir meio-período para a escolinha em fevereiro. Demorou um mês para se acostumar. Ficava chorando, chorando. Agora quando se fala em ir pra escola, ele pega o sapato, pede pra colocar e vai direto para a porta do elevador. Ele ama a escola. Que bom. Eu também amo a escola (hehehe). Lá ele brinca, corre, dorme, come, não puxa o cabelo da Isadora, não reclama da comida e nem grita porque a Isadora tomou algum brinquedo dele. Uma maravilha a escola! Não é que eu não goste de ficar com meus filhos mas eu não sou recreadora nem apaziguadora de ânimos 24 horas por dia. Acho bom ter um tempo para recarregar as baterias da paciência (que não são muito potentes!) .
Bom, para post de retorno, já está de bom tamanho.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Férias em Itanhaém



Estamos de férias em Itanhaém. Já disse em outro post que a família do Marcelo tem uma casa aqui.
Isadora está curtindo nadar na piscina das amigas (um dia ela vai na casa da Luana, no outro vai na casa da Raquel). Ela até se arrisca nadar sem bóia. Está mergulhando super bem e nadando como uma sereia (nas palavras dela).
Renato desenvolveu a técnica de caminhar feito um robozinho. Adora brincar na areia da praia.
Meus dois pimpolhos estão levando uma vida simples e feliz aqui. Dormem na rede, tomam banho de mar, correm na areia, comem peixe fresco e sorvete de chocolate.