sexta-feira, 31 de julho de 2009

Mãe, eu não quero tomar remédio!

Eu não sou fã de tomar remédio. Quando tenho que tomar, é mais uma obrigação para mim. Com a Isadora não é diferente. Dar remédio para o Renato é menos difícil: uma pessoa segura o pequeno, aperta um pouquinho a boca e inclina o corpo dele e outra pessoa derrama o bendito líquido goela abaixo. O bichinho chora, faz cara feia, às vezes cospe mas toma. Agora, a Isadora sai correndo, põe a mão trancando a boca, chora, faz cara feia e NÃO TOMA de boa vontade de jeito nenhum. Tem que ser na negociação (ou seria suborno?). Da última vez, não houve negociação nem nada. A bichinha não arredava o pé. Ameacei colocar de castigo, esconder brinquedo preferido do momento (um pula-pula da Barbie), etc. Não adiantou. Ficou de castigo, escondi o pula-pula e nada. Passou a hora do remédio e perdi a primeira batalha. No dia seguinte, hora do remédio e a mesma novela. Parti para a violência (calma, aqui em casa não rola palmadas): gritei com ela e disse que ela tomaria o remédio na marra. Saí correndo atrás dela, deitei-a no chão, segurei braços e pernas e apertei a boquinha dela e tentei colocar o remédio. Parecia luta de jiu-jitsu. A pequena virou grande! Se contorceu, chorou, mordeu o braço e não abriu a boca. Chorei também. De vergonha por tamanha violência contra minha filha. Me senti a pior criatura da face da terra. Como pode, eu, a adulta desta relação, sujeitar uma criança a esse ultraje? Levantamos do chão, Isadora soluçava e não tirava a mão da boca com medo de mim. Olhei para ela e disse que desse jeito ela não tomaria mesmo o remédio. Mais tarde, arrumei um jeito mais eficiente de ela tomar o remédio sem choros nem culpas. Quer saber como? Só conto depois que 15 pessoas comentarem neste post. Acho que tem gente me lendo demais e comentando de menos.

Durante as férias do Marcelo

Marcelo viajou e eu fiquei aqui para administrar o lar sozinha. Ele me ajuda muito na empreitada diária, dando apoio moral e suporte logístico para que as coisas andem por aqui. Na ausência dele quase de tudo aconteceu - as crianças ficaram gripadas e foram duas vezes ao pediatra em uma semana, a cadela adoeceu e também tive que levá-la ao pet shop para ver o Dr. de cães. Só faltou a empregada ficar doente. A senha do cartão de crédito foi bloqueada quando num surto de desespero pedi para empregada fazer supermercado com o meu cartão. Que bom que você voltou, amor!

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Amor, vou escalar o Monte Roraima.

Já fazia algum tempo que o Marcelo pretendia conhecer o Monte Roraima. Viagem de trekking, andar (subir) kilômetros, dormir ao relento a baixas temperaturas, tomar banhos frios e "tchecos" (daqueles que só se lavam as partes que azedam), carregar kilos de bagagem, coisas assim... Bom, eu sempre dizia: "Vai, amor. Mas vai só!". Semana passada, ele decidiu e foi só. Na verdade, ele pensa que decidiu ir mas eu é que deixei porque fiquei aqui com a batata assando nas mãos: cuidar da casa, dos filhos, da cadela, da empregada, da faxineira, do supermercado, da feira, etc. Quase enlouqueci! Sei que pode parecer frescura minha (em certos pontos é mesmo pura frescura) mas não é tarefa fácil para mim. Minha vida inteira foi planejada para estudar e trabalhar. Estudei muito mesmo. Sou graduada em Engenharia Elétrica, fiz Mestrado na Unicamp (modéstia à parte, eu diria) mas durmo e acordo pensando em tomate, beterraba, cebola e afins. Sempre pensando no que vamos comer no outro dia (até o Renato já come!). Às vezes, levanto de madrugada para descongelar carne para o almoço do dia seguinte. Meu Mestrado deveria ter sido em outra coisa (kkkkkk). Não é uma reclamação, é um tipo de desabafo ou um rir-de-si-mesma. Adoro cuidar dos meus filhos, não sinto saudades de trabalhar fora (pelo menos por enquanto) mas não me preparei para ser "do lar". Fico pensando em como minha mãe deu conta de criar 4 filhas, 3 enteados e mais uns primos que se agregavam na nossa casa. Eu, hein! Queria uma família com 3 filhos mas 2 é bom, 3 é demais.
Marcelo voltou hoje, cansado da viagem. Eu estou cansada porque ele viajou. Agora, quem está descansando sou eu, escrevendo este post. O coitado só vai descansar amanhã, quando for trabalhar (aí sim, as férias dele vão começar).

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Mãe, não é assim!

Isadora já tem a estranha mania de filha que gosta de corrigir a mãe (confesso que sou assim também). É um tal de mãe-não-é-assim, mãe-não-é-assado em tudo: canções, como dobrar a roupa, erros do português dela (ela tem uma língua própria), do jeito que gosta que se prepare algo para ela comer e por aí vai.
Vou criar uma série de posts de "Mãe, não é assim" conforme a Isadora fornecer material para o blog. Para inaugurar a série, tenho o seguinte:
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Estava eu cantarolando para o Renato no carro: "Como pode um peixe vivo viver fora da água fria, como poderei viver sem a sua companhia". Isadora parecia que não estava me ouvindo cantar. Santa ingenuidade, Batman! Estava sim e me cortou no meio da cantoria:

Isadora: Mãe, não é assim. Você está cantando errado.
Eu: Como assim? (a bichinha além de não me ajudar a cantar ainda quer me corrigir?)
Isadora: Mãe, não é sem a SUA companhia é sem a TUA companhia, TUA com T !(letras maiúsculas para simular a ênfase da voz dela)
Eu: Quem te disse? Quem falou?
Isadora: Ah, foi assim que eu aprendi. (como se o que ela aprende é mais certo do que eu sei! vejam só como anda o que essa menina pensa)
Para colocar uma pilha, perguntei assim:
Eu: Isadora, e sem a SUA como se escreve?
Isadora: (pensando um pouco) Hum, su-su-su-sua (chiando um pouco). Já sei, é com S. (orgulho da mamãe)

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Isadora e eu arrumando o quarto e ela me ensinando como dobrar o pijama dela. Pode isso?
Eu lá me esforçando para dobrar o pijama do jeito que ela queria e ela tascou um Mãe, não é assim.
Eu: Como dobra a camisa, então?
Isadora: Primeiro você dobra a camisa no meio, depois a manga. Se for manga comprida, dobra para baixo, se for manga curta, dobra para o lado. (incrível, não?)
Eu: (depois da aula de como dobrar a camisa, só me resta aprender como dobra a calça). E a calça, como dobra?
Isadora: É mais fácil. Dobra assim, ó! (dobrando mesmo, sem segredo)

Tão bonitinho vê-la tão independente e segura de si, executando tarefas que podem parecer simples, mas que muito adulto por aí não faz (inclusive eu, que enrolo o pijama e tasco embaixo do travesseiro). Essa menina me enche de orgulho mesmo. Saiu de mim, eu que ajudei a fazer e ainda estou educando (se bem que tem coisas que eu não ensinei para ela)

terça-feira, 7 de julho de 2009

Vou de táxi

Dei para a Isadora usar em nossos passeios um chaveiro com nome, endereço e telefones para se por um acaso (Deus, me livre) ela se perder por aí seja possível nos encontrar. Depois de um passeio em uma loja de brinquedos (sim, isso é um passeio e dos bons), eu e ela fomos visitar o Pedro (priminho de 2 meses). Tio João, pai do Pedro, viu o chaveiro dela, ficou curioso e perguntou se ela se perdesse ela procuraria um policial. Sabe o que ela respondeu? "Não, vou chamar um táxi. Um policial pode me prender."