sábado, 30 de maio de 2009

Pegadinhas da Isadora

Isadora: Mãe, quero ser rica!
Eu: O quê??? (onde ela aprendeu essa palavra). E você sabe o que é ser rica?
Isadora: Sei, sim. É ter dinheiro para comprar coisas.
Eu: Coisas? que coisas?
Isadora: Brinquedos, mãe.
Eu: E quem te falou sobre isso?
Isadora: Papai disse que quem não trabalha não tem dinheiro para comprar coisas.
Eu: Hum. Quando você crescer e trabalhar você quer se rica, é isso?
Isadora: Sim. Agora não posso trabalhar, né?

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Isadora: Mãe, queria jantar na escola.
Eu: Por que?
Isadora: A comida da escola é mais gostosa.
Eu: Ah é? e o que tem lá que aqui em casa não tem? (não sou eu que cozinho em casa mas fiquei ofendida)
Isadora: Couve-flor e mamão!
Eu: Engraçado, aqui em casa você não come mamão.
Isadora: Na escola eu como porque é mais gostoso. (como se tivesse algum segredo em servir mamão)
Eu: Então, tá.
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Eu: Isadora, se você comer direitinho tem sobremesa-surpresa.
Isadora: O que é, mãe?
Eu: É surpresa.
Isadora: É uva? goiaba? laranja? (que orgulho ver minha filha comer fruta de sobremesa)
Eu: Não. É sobremesa do tipo porcaria. Só hoje, hein?
.....algum tempo depois
Isadora: Mãe, comi tudo. Vem ver. O que é a sobremesa? (nunca que ela acaba de comer e me chama para ver o prato dela)
Eu: Tá na geladeira. É um chandelle de chocolate.
Isadora: Hum, mãe. Essa sobremesa tava genial. (genial é ouvi-la falar genial)

domingo, 24 de maio de 2009

Mãe, quando eu tiver meus filhos...

Isadora: Mãe, pega água pra mim! (bem mandona e quase gritando)
Eu: Vê lá como fala comigo, menina.
Isadora: Mãe, pega logo! (não mudou nada o jeito de falar)
Eu: Isadora, não fala assim com sua mãe.
Isadora: Mãe, quando eu tiver meus filhos, vou deixar eles fazerem tudo o que quiserem!
Eu: Tudo mesmo?
Isadora: Tudo, menos brincar com faca, garfo e tesoura. Não vão atravessar a rua sozinhos nem subir nas prateleiras. Mas o resto vão fazer o que quiser.
Eu: Você vai deixar eles gritarem com você?
Isadora: Se eles quiserem, vou sim.
Eu: Então, cresça e tenha seus filhos. Deixa eles gritarem com você mas comigo você não grita, tá?
Isadora: Ah, mãe. Pega água, por favor. (já meiguinha)
Eu: Claro, filha.

domingo, 17 de maio de 2009

Entre lápis de cor, papel, cola, tesoura, tintas...

Isadora está na fase de desenhar, recortar, colar, pintar, de fazer arte. Ela está cada vez mais habilidosa com os diversos apetrechos artísticos, principalmente com a tesoura. Precisam ver como ela recorta contornando perfeitamente as bordas das figuras.
Descontando a corujice da família e os elogios das professoras (esses para "amansar" os pais), acho que ela tem mesmo jeito pra coisa.
Dia desses, eu e Marcelo levamos Isadora para prestigiar um evento na Vila Madalena, chamado Arte da Vila, em que os ateliês abrem suas portas ao público para mostrarem um pouco seu trabalho. Paramos em um ateliê em que a Isadora pode sentar no chão com tintas e papel e deixar fluir sua arte. O resultado foi tão bom que a dona do ateliê nos disse que Isadora tem alma de artista. Nós acreditamos, claro! Segue a foto do primeiro trabalho da Isadora em um ateliê de verdade. Tentem adivinhar o que é. Vou dar uma dica: observem as quatro bolinhas verdes no desenho.



No início, não dá perceber mas se olharmos com mais cuidado é possível enxergar um....CARRO. Sim, um carro, oras. A dona do ateliê ficou impressionada com tamanha imaginação. Desde desse dia, em que absorveu os ares da Vila, os dotes artísticos da Isadora estão mais evidentes (olha a viagem da minha cabeça!). Quer ver uma coisa? No desenho abaixo, que faz parte de um livro de colorir, Isadora rabiscou diversas linhas com lápis azul. O que isso significa?



Depois de muito olhar e não entender, Isadora explicou na seguinte conversa.
Isadora: Mãe, sabe o que significa as linhas azuis?
Eu: Não sei não. O que é?
Isadora: São as ondas do mar que estão muito fortes. E como elas estão muito fortes nem deu para pintar o resto do desenho (reparem que ela não pintou mais nada além das linhas azuis).

Ela tem ou não "alma de artista"?


segunda-feira, 11 de maio de 2009

Presente de Dia das Mães


Domingo passado, Isadora fez um cartão para mim com a ajuda da Tia Cila (tia e madrinha do Marcelo). As duas capricharam e o cartão ficou lindo. Isadora guardou segredo sobre o cartão a semana inteira. Apenas hoje pela manhã que ela me entregou o cartão junto com o presente que o Marcelo me deu.
Depois que me tornei mãe, a cada ano o Marcelo se supera na escolha do meu presente. Um mais lindo do que o outro. Ele diz que os presentes do Dia das Mães são mais elaborados do que os de aniversário e Natal, porque ser mãe foi uma escolha minha e vale a pena o capricho. Eu acho isso de uma doçura da parte dele. Apesar de todo o comércio envolvido nessas datas comemorativas, qual a mãe que não fica feliz com um presente no Dia das Mães? Da jóia ao cartão rabiscado com as primeiras letrinhas: é uma emoção indescritível. Amo acordar nesse dia e ver o que o Marcelo planejou com a Isadora. Sim, ela participa todo ano. Hoje, eles ficaram sussurando no corredor enquanto eu amamentava o Renato na sala. Depois eles vieram para a sala. A carinha da Isadora, marota, feliz, segurando o presente e o cartão, Marcelo, todo orgulhoso da surpresa que preparou, o Renato, no meu colo mamando: foi meu melhor presente.

domingo, 10 de maio de 2009

Festa do Dia das Mães na escola


Todo ano, a escolinha da Isadora promove uma festa para comemorar o Dia das Mães. Dias antes, as crianças confeccionam o presentinho das mães com a ajuda das tias e ensaiam algumas canções para apresentarem no dia da festa. O presente é sempre uma deliciosa surpresa, algo singelo mas de muito valor sentimental. Afinal, as mães sabem que aquela lembrancinha é obra das mãozinhas dos seus pequenos. As crianças comentam com alegria sobre os preparativos do presente e dos ensaios para a festa. No grande dia, lá estão as mães com seus filhos, ansiosas, felizes, orgulhosas. Não importa se o filho cante direitinho a musiquinha ensaiada, se chore, se divirta, se fique mudo ou envergonhado. A comoção é geral. Incrível como a emoção toma conta de todas as mães.
O choro me pega toda vez. Na primeira festa, chorei porque Isadora com menos de dois anos, chorou desesperadamente na hora da apresentação de um versinho. Eu praticamente arranquei a Isadora do meio das crianças, para salvá-la de tamanho desespero. Nem lembro o que recitaram naquele dia.
Ano passado, chorei porque ela já estava mais crescida, cantou em inglês um trecho da música "Can't take my eyes off you" e nem chorou. Lágrimas ainda rolam quando ela cantarola pela casa o "I love you baby and if it's quite all right, I need you baby to warm the lonely nights...".
Este ano, a música ensaiada foi "Estrela" do Gilberto Gil. Mães e filhos ficaram frente a frente. Olhando nos meus olhos, Isadora cantou "Há de surgir/Uma estrela no céu/Cada vez que ocê sorrir/Há de apagar/Uma estrela no céu cada vez que ocê chorar/O contrário também bem que pode acontecer/De uma estrela brilhar quando a lágrima cair/Ou então de uma estrela cadente se jogar/Só pra ver a flor do seu sorriso se abrir". Eu já achava a música bonitinha, agora cantada pela Isadora ficou mais fofa ainda. Ouçam. Vale a pena e não tem como não se emocionar imaginando a cena de um monte de garotinhos e garotinhas cantando essa música para suas mães babonas.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Pedro nasceu!!!!!!


O mais novo integrante da família nasceu hoje e se chama Pedro. Ele é primo da Isadora e do
Renato. Parabéns aos pais, João e Adriana. Esqueçam as noites longas de sono e os dias com pouca emoção. A partir de hoje, suas vidas vão virar deliciosamente do avesso. Nenhum dia vai ser igual ao outro ao lado desse serzinho de luz, que veio ao mundo para brilhar, ser feliz e fazer muita gente feliz. Feliciades e muita saúde para o Pedro.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Vai acordar a mulher do 11!

Isadora tem uma mesinha cor-de-rosa na cozinha onde faz as refeições. Toda manhã, eu peço para ela não arrastar a tal mesa para não fazer barulho e acordar a moça do 11 (nós moramos no 12 andar). Hoje, na hora do almoço, ela tirou a mesa do lugar. Mais tarde eu pedi para ela colocar a mesa de volta no lugar. Segue a conversa:

Eu: Isadora, coloca a mesa no lugar.
Isadora: Estou cansada demais para carregar, mãe.
Eu: Então arrasta a mesa.
Isadora: Não, mãe. Vai acordar a mulher do 11.
Eu: (rindo muito). A mulher do 11 já acordou faz tempo. Deixa de onda e põe a mesa no lugar.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Mãe, como você é folgada, hein?

Eu estava terminando o jantar e descasquei uma mexerica (na minha terra é tudo tangerina) para comer como sobremesa. Como eu estava raramente sentada numa cadeira e com preguiça de levantar, chamei a Isadora para jogar as cascas no lixo. Se liga na conversa da pequena!

Eu: Isadora!!! (não gritei não, ela estava pertinho de mim)
Isadora: Quié? (no meu tempo a resposta dos meus pais seria: Quié não! é Senhor ou Senhora)
Eu: Joga essas cascas no lixo, por favor! (confesso que uso mais por favor agora que tenho filhos)
Isadora: Tá bom, mãe.

Ela pegou as cascas
e jogou direitinho na lixeira (orgulho da mamãe). Na volta, sapecou:

Isadora: Mãe, como você é folgada, hein?
Eu: Folgada????? Como assim, folgada? Folgada, por quê?
Isadora: Porque você nem quis levantar para jogar as cascas no lixo e me chamou!
Eu: Ah, tá. E quando você me pede para fazer algo para você, você também não é folgada?

Ela não respondeu e voltou para os afazeres dela.

Você não está sufocando ele?


Estava eu passeando com o Renato dormindo no sling (veja aqui o que é sling) quando uma senhora muito bem intencionada (claro!) vem puxar conversa.
Senhora: Olha isso que diferente. Tem um bebê aí dentro e tá dormindo? (já com cara de assustada, né?)
Eu: Ah, sim. Ele gosta muito de ficar aí dentro. Dorme que é uma beleza. (eu com uma paciência que não me é peculiar)
Senhora: Mas ele não tá sufocando, não?
Eu: Se ele estivesse sufocando já tava morto, né? (parti para a ignorância)
Senhora: hehehehe (sorriso amarelo depois de quase morrer de susto pela resposta que ouviu)

sábado, 2 de maio de 2009

Palpites de estranhos (post irritado)

Por que será que pessoas desconhecidas se acham no direito de dar palpites na vida do bebê dos outros? Que raios de mania é essa de gente que nunca vi e chega falando como se fosse minha melhor amiga (ou pior inimiga?) prá me criticar, me aconselhar ou sei-lá-o-que-mais?
São "conversinhas absurdas" quase sempre acompanhadas de expressões como "Tadinho" ou "Que judiação".
Engraçado que ninguém vem palpitar se estou com pouca roupa no frio, que minha cabeça está fora do lugar quando durmo desajeitada no metrô ou se minhas pernas vão ficar tortas porque estão dobradas de forma estranha. Agora deixa meu bebê estar em uma dessas situações ou outras afins. Toda hora vai aparecer alguém para falar que estou fazendo algo de errado com o tadinho, judiando dele. Coisas do tipo:

"Ai deus do céu, com todo esse vento ele não está com frio, não? Põe uma touca nele, olha a corrente de ar!" (a corrente de ar é o verdadeiro bicho-papão dos bebezinhos, algo mais temido que a gripe suína)
"Tadinho, ele não vai ficar com as pernas tortinhas neste troço? " (o troço é o canguru)
"Que judiação, ele está com a cabeça caída dormindo assim neste troço. Deve estar incomodando, né" (se o bichinho está dormindo é lógico que não está incomodando. Bebê quando não está bem, não dorme, berra!)

Na época em que a Isadora era bebê, palpites me deixavam louca principalmente porque eu era mãe-de-primeira viagem. Sabe como é, insegura, vacilante, querendo provar que era capaz de cuidar de um bebê, etc. Nessa situação já era difícil aceitar palpites de parentes (mãe e sogra então!), imagina de uma senhorinha desconhecida toda disfarçada de boazinha me dizendo o que fazer ou não com meu bebê? Argh! Que ódio! E o pior que eu não sei o que acontecia que eu ficava lá com cara de paisagem e de sorriso amarelo fingindo que ouvia o famigerado palpite.
Hoje em dia com o Renato sou mais segura e escolada com os palpites. Não me irrito mais nem sou educada como antigamente, não. Normalmente, se o palpite não me ofende, até converso um pouquinho discordando firmemente da palpiteira (ou raramente palpiteiro) ou dou uma ignorada total virando as costas sem dizer uma palavra, se aparece algo absurdo.

Gostaria, se for possível, que alguém me explicasse que tipo de fenômeno é esse em que as mulheres que já são mães acham que podem interferir na criação dos filhos das outras (conhecidas ou não). Será que tem alguma explicação? Freud ou Darwin devem explicar!

Explicações à parte, sempre que ouvir um palpite interessante (para não dizer absurdo) vou postar aqui no blog para render boas risadas.