domingo, 6 de setembro de 2009

Mãe, eu não quero tomar remédio! (parte 2)

Atendendo aos pedidos dos meus leitores fiéis (que fazem comentários aqui no blog ou pessoalmente), vou contar como convenci a Isadora a tomar o remédio.
Depois de brigas, choros e ressentimentos, era hora de usar a criatividade e improvisar. É verdade que eu queria que a Isadora tomasse o remédio o mais rápido possível porque eu queria dar uma sumidinha de casa. O circo estava armado: avós estavam em casa para ficar de babás e o Renato estava dormindo. Mas a danada da Isadora parecia prever que seria deixada com os avós e quis melar meu passeio. O que me restou? Perdi a chance de escapar de casa para umas comprinhas. Meu passeio tinha sido sabotado. Já que eu não iria mas sair mesmo, ela também ficaria sem o lazer dela: brincar alegre e saltitante pela casa. Chamei-a até a cozinha. Coloquei-a sentada à mesa de frente para mim e falei que ela só sairia de lá depois que tomasse o remédio. Eu disse que não tinha pressa nenhuma. Eram 3 horas da tarde. Como eu não sabia quanto tempo ela suportaria ficar sentada sem fazer nada, juntei um monte de roupas que precisavam de pequenos consertos e faltava-me tempo para fazê-los. Comecei a costurar (à mão, claro) e remendar bem devagar. Ela lá sentada me olhando. Dez minutos depois, queria me ajudar a costurar. Eu disse que ela não iria fazer nada, só ficar sentada. Ela reclamou que eu estava fazendo alguma coisa e ela não. A pilha de roupas de consertos acabou. Saí da cozinha e peguei mais. Isadora começou a perceber que ela não escaparia mesmo, mas continuava resistindo. Depois de uma hora, como eu não parava de remendar roupas, Isadora desistiu. Mas não pensem que foi uma desistência assim simples. Ela, orgulhosamente, me pediu para sair da cozinha que ela iria me fazer uma surpresa. Eu saí e quando eu voltei ela tinha tomado o remédio. Ela tinha uma expressão vitoriosa no rosto, de que ela tinha tomado a decisão por conta própria e não por pressão. Eu estava feliz pelo desfecho. Abracei-a bem forte, enchi-a de beijos e disse que estava muito orgulhosa dela. Ela ficou feliz e saiu para brincar. Detalhe: o remédio estava misturado com um pouco de sorvete de morango. E foi assim que Isadora tomou o tal xarope de manhã e à noite por 5 dias consecutivos.

4 comentários:

Vovó Malu disse...

Querida Sílvia, fui testemunha ocular dessa "quebra de braço" com a Isadora. Pontos p/ vc.
Bjs
Malu

Anônimo disse...

Xarope para tosse junto com sorvete... só falta estar descalça na cozinha gelada que a avó desmaia !

Suzelle disse...

você cada vez mais se supera; bjs

Vovó Malu disse...

Gostaria de saber quem é esse Anônimo que me conhece tão bem!!!!