terça-feira, 22 de setembro de 2009

Mãe, quero deitar na rede!

Isadora já foi em Belém uma vez aos dois anos de idade.
Lá ela tomava banho várias vezes ao dia. Banho de verdade, com sabonete, shampoo e condicionador. Banho de farra, no quintal, com canequinha e no tanque de lavar roupas.
Lá ela não tomou açaí porque não quis, mas ofereci, claro. Não gostou de sorvete de cupuaçu nem de tapioca. Mas curtiu muito comer tapioquinha no café da manhã.
Lá ela dormia na rede, brincava, se embalava. Lá ela soube o que era uma rede e como é importante para as pessoas da região. Rede serve para dormir (substitui cama), para soneca, para descansar, brincar de balançar, embalar neném, para ficar à toa e jogar conversa fora, é uma "cama para qualquer viagem".
Eu só fui dormir em cama com 12 anos de idade. Até então só dormia na rede. Em casa tinha até beliche de rede com mosquiteiro e tudo.
Não, eu não tenho problema grave de coluna e nem fiquei torta. Não, eu não acordava com dores nas costas. Não, eu nunca quis uma cama até ter uma. Sim, morro de saudades de dormir em rede.
Contei essa historinha aí em cima para se ter uma idéia de como eu conheço bem rede e de como deitar numa. Mas não é coisa que se passa de mãe pra filho como eu pensava. Leiam só como eu descobri isso.
No último fim de semana fomos para Itanhaém, onde a família do Marcelo tem uma casa. É praia (motivo para ter rede na casa). Isadora viu os "armadores de rede" (não sei como chamam por aqui os tais suportes pra pendurar rede) e me disse que queria deitar na rede. Fiquei feliz com o interesse dela e fui correndo buscar uma. "Atei" a rede (o mesmo que pendurar a rede nos suportes apropriados). Atei bem baixinho para que se ela caísse não se machucasse tanto (sabe como é, queda de rede quando não mata, aleija). Pedi pra Isadora deitar. Para o meu espanto, horror, surpresa e todas as emoções malucas, Isadora levantou a perninha e colocou o pé para entrar na rede, como se estivesse entrando numa caixa. Como assim, ela não sabe deitar na rede?????? Não nasceu sabendo, claro. Depois do susto inicial, dei muita risada. Mostrei e ensinei que ela deveria primeiro esticar a rede com uma mão e com a outra ajeitar um pouco embaixo do bumbum, fazendo uma cadeirinha. Ela sentou, se embalou e se divertiu. E eu ri e chorei de ver minha pequena paulista se embalando naquela brincadeira que pra mim durante muitos anos foi uma cama.

5 comentários:

Suzelle disse...

Mana sinto muita falta desses momento de vocês duas aqui.

Está bom de você colacar um atador de rede na sua casa e fazer uma "boca de lobo" no punho ou melhor colocar um S para ficar bem baixinha para Isadora e o Renato.

Amo vocês, saudades.

Unknown disse...

Amor, gostei do link para Itanhaém. Quem sabe agora este será um novo destino do turismo internacional !
Beijo

Vovó Malu disse...

Também adorei o link para Itanhaém, mas o Marcelo não precisava exagerar, não?
Fiquei emocionada com a história da rede. Realmente o Brasil é muito grande e tem diferenças culturais que a gente nem imagina.
Seu blog está encurtando essas distâncias, além de ser muito divertido.
Beijos
Malu

Sheila disse...

Mana,
Fiquei emocionada com este seu post, me fez relembrar uma época muito legal, tenho até uma cicatriz no queixo desta saudosa época, nós estavamos brincando na rede quando eu cai de queixo no chão.Tempo que não volta.

Saudades de vocês, tbm ja passaram -se mais de dois anos que agente não se vê.

Beijos e abraços bem apertado, que valha por todo este tempo que não nos vemos.

Amo vcs.

xxx disse...

Compartilho do seu "amor" por rede, talvez por também ser paraense. Também só passei para a cama depois de casar.


Acabei criando um acessório para encurtar redes, quando o espaço é pequeno e o bumbum arrasta na cama, abaixo.

Confira em facebook.com/anjodarede ou www.anjodarede.com

Abraços